“
A BELEZA DA CULTURA AFRO BRASILEIRA ATRAVÉS DE CARYBÉ”
1.
Apresentação
O ensino das artes é
fundamental no processo de formação do educando, processo este que visa como
aspectos imprescindíveis, a técnica, sensibilidade, criatividade e
conhecimentos vinculados à parte histórica, por isso o dialogo entre arte e
história. Nesse sentido não podemos dissociar cultura, história e arte a partir
das aspirações e necessidades socioculturais. Partindo deste pressuposto, este projeto
interdisciplinar propicia aos alunos o contato com a arte e história de uma
forma prazerosa. É importante exaltarmos a beleza afro brasileira como ponto de
partida ao conhecimento histórico e a importância dessa cultura em nossa
sociedade. Para tanto o escultor e pintor Carybé vem de encontro com a proposta
trazendo belas obras demonstrando a beleza no cotidiano da cultura afro
brasileira.
2.
MOTIVAÇÃO
Os motivos pelos quais me
levaram a querer falar deste tema foram surgindo a partir do momento em que
iniciei minhas experiências educacionais dentro dos âmbitos escolares e percebi
que a maioria dos arte educadores e alguns outros professores de segmentos
diversos, tinham insegurança em abordar o tema africano dentro das suas aulas,
e quando abordavam era de forma bem superficial sem que houvesse uma reflexão
sobre o assunto. Então percebi que nem mesmo a Lei Federal 10.639/03, que visa promover o multiculturalismo crítico nas
escolas,
era respeitada. Foi então que comecei a me aprofundar no tema e pesquisar para
que eu enquanto arte educadora que acredito que através da arte existe
transformação pudesse de certa forma fazer a diferença e de fato abordar o tema
de forma consciente e responsável.
3.
OBJETIVOS
O objetivo a se alcançar com este projeto interdisciplinar é resgatar a
cultura afro brasileira dentro do âmbito escolar, fomentando a reflexão e a
valorização enquanto parte cultural da identidade brasileira, utilizando para
tanto a beleza afro pintada por Carybé.
4.
PUBLICO ALVO
Este projeto foi idealizado pensando num publico infantil do Ensino
Fundamental I, que compreende crianças de 6 a 10 anos de idade.
5.
METODOLOGIA
A projeto será desenvolvido
utilizando um método sócio-interacionista associando a teoria e pratica, através de
estudo dirigido, discussão em grupo, painel e exposição.
1º
passo – discussão em grupo, levantamento
de conhecimentos prévios e registros (fotográficos e escritos) desse momento;
2º
passo - fundamentação teórica – a professora deverá apresentar a parte
histórica da cultura afro brasileira de forma sucinta, dando enfoque à dança e
musica. Para tanto, a professora neste momento deverá trazer slides ou imagens
impressas do artista Carybé;
3º
passo -
A professora neste momento deverá propor pequenos agrupamentos e em cada um deles ofertar imagens das obras de
Carybé representando a cultura afro brasileira. Nesta situação já estabilizada
(agrupamentos) a professora deverá fomentar nos grupos um dialogo entre a
teoria e as imagens de Carybé, solicitando ainda como registro um pequeno texto
com as observações feitas por eles (alunos);
4º
passo - Discussão e reflexão dirigida pela professora não mais em agrupamentos,
mais aberta a toda classe, tendo como referencia as observações registradas no
passo anterior, ou seja, um momento de troca, socialização de toda reflexão
feita até então nos grupos;
5º
passo - A professora deverá propor um painel
coletivo e pensando nisso orquestrar um esboço e conseqüentemente a sua execução,
expressando um pouco do que foi apreendido sobre o tema. Neste momento algumas
releituras, frases, desenhos, pinturas,
entre outros. (processo criativo)
6º
passo- Exposição do painel proposto no passo anterior e conversa numa grande
roda em sala de aula onde os pontos positivos, negativos, sejam discutidos e
evidenciados, ou seja, uma autoavaliação do projeto e seus resultados;
6
– MATERIAIS
No processo criativo onde os alunos deverão expressar suas opiniões e
reflexões a proposta é deixá-los livres, se expressarem conforme queiram, por
isso, o interessante é deixar materiais diversos disponíveis para que tenham
uma diversidade no momento do processo criativo.
-Lousa,
giz, maquina fotográfica para registro, computadores para pesquisa de imagens,
suportes diversos (papel sulfite, camurça, papel cartão, color set, lixa,
laminado, guache, aquarela, lápis de cor, giz de cera, canetinha, pintura de
dedo, entre outros);
7
– REFERÊNCIA DE CONCEITOS
Para abordar a multiculturalidade e a diversidade nos âmbitos escolares
de forma interdisciplinar e enfatizar o tema das belezas afro brasileiras que
servirá nesse momento como disparador, utilizarei o artista Hector Julio Paride
Bernabó, mais conhecido com Carybé. Pintor figurativo naturalizado brasileiro
de origem Argentina que através das suas obras representou o cotidiano popular
afro. Inspirado pela cultura
afro-brasileira, no inicio da década de 1970 dedicou-se a focalizar em rituais
e orixás.
A arte de Carybé foi por vezes um
expressionismo marcante, com um sentimento carregado em cores escuras. Mas o
que marcou presença foi o retrato de um povo, sua religião e seus costumes,
passados por vezes de maneira surreal. Ao retratar o povo, Carybé não estava
fazendo uma pintura de cunho social, o
que ele queria, e conseguiu, era passar para a tela seu testemunho de uma
cultura rica em detalhes, e da qual ele fez questão de se aproximar.
Por toda essa referencia descrita acima
Carybé foi o artista escolhido por mim para adentrar nesse universo afro
brasileiro com uma forma colorida, divertida e sensível, apropriada ao publico
infantil no meu ponto de vista.
Para finalizar gostaria de citar Morin, “Para mudar o mundo,
podemos começar mudando a visão que temos dele e de nós. Ao mudar nossa visão
das coisas, tudo continua no mesmo lugar, mas o sentido muda, o contexto se
altera”. (2008, p.87).
Enfim, é preciso mudar a visão
contraditória que hoje nossos alunos têm a respeito de cultura afro brasileira
e nós como arte educadores temos o dever de apresentar e demonstrar essa beleza
escondida que é a cultura afro brasileira.
REFERENCIAS
BIBLIOGRAFICAS
MORIN, E. Os Sete Saberes Necessários à
Educação do Futuro. São Paulo: Cortez, 2000.